As novas tecnologias dos últimos 20 anos trouxeram soluções maravilhosas para o universo da Pesquisa de Mercado, mas também armaram algumas “arapucas” perigosas, nas quais muitos clientes se enredaram sem nem perceber. Estamos falando, aqui, da sensação de autonomia que as ferramentas disponíveis oferecem, da onda do “faça você mesmo” disseminada nos departamentos de marketing e BI das companhias.
Os benefícios prometidos são, de fato, muito tentadores. Fazer uma pesquisinha em casa com toda a facilidade tecnológica de hoje em dia, reduzindo custos, controlando todo o processo e guardando dentro de casa informações estratégicas… Por que não? Faz-se isso uma vez, depois outra, então a terceira, e de novo, e de novo. Tudo parece bem, mas então algum dia alguém vai perceber que o foco já não está mais na pergunta ou no problema que originou a demanda, e sim na resposta da qual depende o KPI, o bônus, a renovação do atestado de permanência das velhas práticas.
Um bom parceiro externo e idôneo tem mais do que as ferramentas tecnológicas mais avançadas. É mandatório tê-las, não há dúvidas, mas ele trará para os projetos elementos insubstituíveis. O parceiro de pesquisa certo aporta curiosidade aos projetos, e dela desdobram-se outras virtudes: a inquietação pelo melhor resultado ante o risco do descrédito, o descompromisso com as hierarquias internas, o frescor de quem não está imerso no contexto, a visão 360º de quem pensa 24h por dia em insights e estratégias para as mais variadas indústrias.
Além disso, há um outro aspecto da tecnologia que favorece demais o trabalho do pesquisador que atua em uma empresa sólida, com rodagem em pesquisa. Nesse contexto, a tecnologia é um repositório de toda a bagagem de projetos do instituto. Funciona como as horas de voo de um piloto experiente. Quanto mais ele voou, mais vezes ele lidou com toda a sorte de desafios, e poderá “acessar” todos esses arquivos diante das novas demandas. No instituto dá-se o mesmo, mas coletivamente. As ferramentas certas e uma boa gestão desse histórico tornam as “horas de voo” da empresa um ativo permanentemente acessível aos clientes.
Demanda, 53 anos.