Todo mundo hoje tem pressa. Imprimir um ritmo veloz aos afazeres parece dar à vida um sentido de produtividade, competência, sucesso. Poder até ser, mas como fica a questão da pontualidade neste emaranhado de compromissos que se sobrepõem?
Nossos projetos de pesquisa precisam acompanhar o timing dos clientes. Muitas vezes eles querem resultados quase imediatos. Justificam dizendo que o planejamento não pode esperar, que a matriz tem pressa, que o novo CEO quer para ontem.
É necessário dizer: Aonde você quer chegar? É preferível uma resposta rápida a uma resposta certa? Não raro veem-se por aí projetos sendo aprovados com prazos flagrantemente impossíveis de se cumprir, mas que são acordados porque algum instituto teme perder o trabalho.
O que ocorre lá na frente é o óbvio: o compromisso da pontualidade é quebrado e surgem os atrasos. E isso na melhor hipótese, ou seja, quando de fato se observa que faltou o tempo necessário para a qualidade mínima. Pior é quando a qualidade se desintegra para obedecer ao tempo. Infelizmente, também acontece.
O melhor cenário, aquele o qual devemos perseguir, é planejar com correção as etapas do processo, de acordo com os caminhos metodológicos que levem a uma resposta certeira. Isso, é claro, imprimindo um ritmo de trabalho intenso, sem morosidade, mas realista diante daquela verdade implacável de que um dia sempre terá suas 24 horas e que um bebê nasce em 9 meses e de gestação, não adianta colocar 9 mulheres grávidas que o bebê não nascerá em 1 mês, há tempo de gestação e maturação dos processos do projeto.
O respeito ao investimento do cliente se manifesta, às vezes, na difícil constatação de que suas pretensões de prazo são inexequíveis. A partir daí se estabelecem metas reais e a pontualidade vira um compromisso. O cliente poderá relatar tranquilamente para a matriz, para o CEO e para quem mais quiser quando o trabalho estará em suas mãos. Melhor isso do que ceder à doce tentação de agradar agora, mas frustrar lá na frente.